No momento, o ouro interrompeu sua correção após alcançar uma máxima histórica na semana passada.

A recente queda nos mercados financeiros globais, desencadeada pelas tarifas recíprocas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem oferecido suporte ao metal precioso, tradicionalmente visto como um porto seguro. Trump aplicou tarifas de pelo menos 10% sobre todas as importações, com destaque para os produtos chineses, que sofreram sobretaxas de até 54%. Em retaliação, o Ministério do Comércio da China anunciou tarifas adicionais de 34% sobre todas as importações dos EUA.

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, confirmou que as tarifas não serão adiadas e permanecerão em vigor nas próximas semanas. Trump também afirmou que não haverá acordo com a China enquanto o déficit comercial norte-americano não for resolvido.

Outro fator que impulsiona o ouro é a notícia divulgada hoje de que o Banco Popular da China aumentou suas reservas oficiais do metal pelo quinto mês consecutivo, fortalecendo o apetite dos investidores por ouro físico.

O sentimento de aversão ao risco, somado às expectativas de que a desaceleração da economia dos EUA — agravada pelas tarifas — possa levar o Federal Reserve a antecipar cortes nas taxas de juros, tem pressionado os rendimentos dos títulos do Tesouro americano. Isso contribui para a fraqueza do dólar, que permanece próximo das mínimas de vários meses.

A persistência dos riscos geopolíticos continua a reforçar o apelo do ouro. No entanto, investidores seguem realizando lucros e liquidando posições compradas para cobrir perdas em outros ativos, o que limita o avanço dos preços e exige certa cautela no curto prazo.

Do ponto de vista técnico, a forte correção a partir da máxima histórica estagnou nas proximidades de US$ 2.957 — nível que anteriormente atuou como ponto de ruptura. O movimento de recuperação subsequente enfrenta resistência na região de US$ 3.057, que agora se tornou um nível-chave. Um rompimento sustentado dessa barreira poderia abrir caminho para US$ 3.080, e potencialmente levar o ouro de volta à máxima histórica.

Por outro lado, o nível psicológico de US$ 3.000 atua como primeira linha de suporte, seguido pela zona entre US$ 2.980 e US$ 2.967 — a mínima da atual correção. Uma quebra decisiva abaixo dessa faixa pode sinalizar uma reversão de curto prazo em favor dos vendedores, com possibilidade de queda mais acentuada rumo à média móvel simples de 50 dias (MMS) e além.

Também é relevante observar que o Índice de Força Relativa (RSI) está perdendo impulso, sugerindo um enfraquecimento da pressão compradora.